Enquanto deputado, atual ministro das Comunicações usou dinheiro de emendas para pavimentar estrada para a própria casa, diz CGU

Juscelino Filho é alvo de investigação da Polícia Federal por supostamente fazer parte de uma organização criminosa que estaria envolvida em desvios de recursos em obras

Relatório da Controladoria-Geral da União (CGU) aponta que a pavimentação de 80% de uma estrada, financiada com recursos de uma emenda parlamentar do então deputado Juscelino Filho (União Brasil-MA), beneficiaria principalmente suas próprias propriedades e as de seus familiares. Juscelino Filho é atualmente ministro das Comunicações.

Ele é alvo de investigação da Polícia Federal (PF) por supostamente fazer parte de uma organização criminosa que estaria envolvida em desvios de recursos em obras da estatal Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba) na cidade de Vitorino Freire (MA), que é administrada por sua irmã, Luanna Rezende.

O relatório da CGU também destaca a possibilidade de desvios e prejuízos decorrentes de irregularidades na obra. Nesse contexto, uma auditoria realizada pela própria Codevasf em obras parcialmente concluídas identificou um prejuízo de R$ 736.268,54.

O órgão também indica que a licitação que resultou na contratação da empresa Construservice contém sinais de irregularidades. Segundo o órgão, cláusulas no edital podem ter limitado a competitividade do processo licitatório.

De acordo com a PF, Juscelino Filho mantém uma relação criminosa com o empresário Eduardo José Barros Costa, conhecido como Eduardo DP, que é o responsável pela empresa Construservice.

O ministro disse em nota que a estrada “conecta 11 povoados, onde centenas de pessoas sofrem, diariamente, com grandes desafios para se locomoverem ao trabalho, escolas, hospitais e postos de saúde, especialmente durante períodos chuvosos, quando a via se torna intransitável, isolando essa população”.

“Portanto, acima de tudo, é um bem do povo de Vitorino Freire e sua pavimentação é uma demanda antiga da população”, diz a nota.

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