“Sei fazer, ajudei fazer e vou fazer muito mais”. A frase, que poderia naturalmente ser aproveitada um slogan secundário de campanha, foi pronunciada pelo governador Carlos Brandão (PSB), na fala de encerramento da entrevista que concedeu ontem ao telejornal de meio-dia da TV Mirante. E completou com um enfático “Pode contar!”. E concluiu as tais “considerações finais” pedindo “o seu voto”, lembrando que o momento “é decisivo para o futuro do Maranhão e do Brasil, recomendando ao eleitor que “Ouça todos os candidatos, faça uma avaliação e veja quem está mais preparado, é ficha limpa e tem todas as condições de fazer uma boa gestão”. Ele lamentou o tempo exíguo da entrevista, afirmando que tinha muito mais a dizer. Afinal, foi estocado com temas azedos, como ferryboat e desemprego, por exemplo, respondendo com segurança e de maneira afirmativa, não tendo sido apanhado no contrapé. E seguiu para o Palácio dos Leões como quem havia acabado de cumprir bem mais uma tarefa de campanha.
Na entrevista de ontem, o governador Carlos Brandão mostrou uma desenvoltura mais apurada, conseguindo quebrar a pressão do tom colocado em algumas perguntas pelo entrevistador. Manteve inalterado o seu estado de ânimo e respondeu serena e francamente, com respostas convincentes. Sua postura reforçou o argumento segundo o qual nenhum dos candidatos está, como ele, preparado para comandar o Estado nesses tempos economicamente complicados e politicamente sombrios.
No campo administrativo, tem usado o argumento de quem conhece em profundidade a máquina estatal, baseado na experiência de quem foi quatro vezes secretário de Estado, incluindo a chefia da Casa Civil, que é o centro nervoso da relação do governador com o secretariado, com os demais poderes e com a sociedade civil organizada. A isso se somam sete anos e três meses como um vice-governador atuante, leal e que nada teve de decorativo, muito ao contrário. No campo político, Carlos Brandão fala como o candidato que encabeça a mais ampla e poderosa coligação nessa corrida eleitoral, encarnando com equilíbrio a condição de sucessor do ex-governador Flávio Dino, líder de um dos mais importantes movimentos políticos do Maranhão contemporâneo.
Sem qualquer demérito aos demais concorrentes, sua liderança na corrida, mostrada pelas pesquisas, faz todo sentido.