Corrida sucessória ganha intensidade com ataques e contra-ataques nos primeiros dias de Maio

 

Corrida sucessória: Jair Bolsonaro atacou, Roberto Rocha reforçou e Márcio Jerry rebateu, enquanto Josimar de Maranhãozinho manteve projeto, Weverton Rocha fez política parlamentar e Carlos Brandão intensificou articulações

Os movimentos registrados nesta Segunda-Feira, 03 de Maio, indicaram com clareza que a corrida sucessória no Maranhão começa, de fato, a entrar em ritmo intenso, como previra a Coluna em edições recentes. Ontem, o senador Roberto Rocha (sem partido), praticamente assumiu a condição de pré-candidato ao Palácio dos Leões, ao endossar uma provocação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) dirigida ao PCdoB, mas tendo como alvo o governador Flávio Dino, o principal líder do partido, e duramente rebatida pelo presidente do PCdoB no estado, deputado federal licenciado Márcio Jerry, atual secretário das Cidades. Ao mesmo tempo, o deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL), repetiu, num programa de TV, que é pré-candidato ao Governo do Estado. Nas últimas 48 horas, o senador Weverton Rocha (PDT) preferiu usar as redes sociais operando para reforçar sua relação com os trabalhadores, enquanto o vice-governador Carlos Brandão (PSDB), com o sinal verde do governador Flávio Dino, aproveitou os três primeiros dias do mês para intensificar as articulações políticas em reforço à sua pré-candidatura.

A provocação do presidente Jair Bolsonaro dizendo que “Vamos arrancar o PCdoB do Maranhão” foi uma espécie de senha para o senador Roberto Rocha produzir e publicar nas suas redes sociais um cartaz com a “ameaça”, ao que acrescentou o seguinte comentário: “Tem meu apoio, presidente Jair Bolsonaro. Estamos Juntos”. A declaração do presidente e o complemento do senador foram um movimento devidamente combinado e destinado a funcionar como recado informando que Jair Bolsonaro vai mesmo “jogar pesado” para reverter sua sofrível presença política no Maranhão, usando para isso a candidatura de Roberto Rocha ao Governo do Estado como ponta-de-lança. O episódio confirmou informação da Coluna na edição de 16/04 sobre o projeto urdido nos gabinetes do Palácio do Planalto.

Direta e agressiva, a provocação do presidente Jair Bolsonaro e do seu lugar-tenente ao PCdoB não ficou incólume. Ato contínuo, o presidente do partido, Márcio Jerry, reagiu com petardo igualmente ácido: “Roberto Rocha não seria jamais senador sem o apoio do PCdoB em 2014. A propósito, após trair o grupo que o elegeu, o sonolento senador amargou uma acachapante derrota em 2018, quando rastejou em 2% dos votos”. A resposta do presidente do PCdoB foi uma mostra amena do que pode vir por aí se as provocações continuarem.

Em outra seara, o deputado federal Josimar de Maranhãozinho, em entrevista à TV Alternativa, reafirmou sua pré-candidatura ao Governo do Estado, avaliando que seu projeto é viável. Em meados de Abril, o deputado teria sido sondado por emissários do presidente da República sobre compor uma chapa com Roberto Rocha, mas logo declarou que a composição especulada não tinha fundamento. Dias depois, no início da semana passada, foi ao Palácio dos Leões para uma audiência com o governador Flávio Dino articulada pelo vice-governador Carlos Brandão. Em meio à repercussão, horas depois publicou em redes sociais que é candidato a candidato a governador. Fez o mesmo discurso na entrevista de ontem, sem conseguir, no entanto, desfazer a impressão de que caminha para uma aliança em torno de Carlos Brandão.

Os movimentos dos últimos dias impactaram o núcleo duro do projeto de candidatura do senador Weverton Rocha. Depois de uma semana intensa, durante a qual o projeto do pedetista foi atingido por uma incômoda denúncia do Ministério Público, o senador se manteve ativo com duras críticas ao Governo Bolsonaro e uma mensagem otimista aos trabalhadores no 1º de Maio. Por sua vez, o vice-governador Carlos Brandão deu seguidas demonstrações de que seu projeto de candidatura está de vento em popa, com sinais fortes de que poderá ter até mesmo o apoio de segmentos ligados ao sarneysismo, com os quais vem conversando discretamente.

Essa espécie de largada, que ganhou força com os passos dados pelo governador Flávio Dino no sentido de articular um grande acordo dentro da aliança que lidera, só tende a ganhar intensidade nos próximos meses, principalmente se o senador Roberto Rocha vier a entrar efetivamente no tabuleiro da sucessão.

Via Repórter Tempo

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