Confronto de “fogo amigo”, procura por aliado com cacife e mudança no ninho agitam a disputa em São Luís

Confronto entre Neto Evangelista e Rubens Júnior e desistência só beneficiam a Eduardo Braide

Faltam duas semanas para a abertura do prazo para a realização das convenções partidárias que definirão as candidaturas a prefeito, a vice e a vereador às eleições de 15 de Novembro. Em São Luís, o quadro de candidatos à sucessão do prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PDT) já está praticamente definido, com 13 postulantes, faltando apenas a escolha dos candidatos a vice e o fechamento das chapas de candidatos à Câmara Municipal. Na seara da disputa majoritária, os pré-candidatos já se movimentam numa intensa pré-campanha, na qual se destacam três situações aparentemente distintas, mas que na verdade se entrelaçam e, dependendo da versão final de cada uma delas, a campanha poderá tomar rumos diferentes. A primeira é o embate já evidente entre os pré-candidatos do DEM, Neto Evangelista, e do PCdoB, Rubens Júnior. A segunda é a corrida do candidato do Podemos, Eduardo Braide, por uma aliança que lhe assegure um tempo razoável no rádio e na TV. E a terceira é à incerteza que ameaça o projeto do pré-candidato do PSDB, Wellington do Curso.

Donos dos dois projetos de candidatura mais estruturados, com alianças partidárias fortes, com cacifes políticos elevados e indiscutíveis potenciais de crescimento, Neto Evangelista e Rubens Júnior são expressões do mesmo campo político que é a aliança partidária que dá sustentação ao governador Flavio Dino (PCdoB). Em posições ainda pouco confortáveis nas preferências do eleitorado, segundo as pesquisas mais recentes, que confirmaram a ainda larga vantagem de Eduardo Braide, o adversário a ser batido, os dois resolveram se engalfinhar. Não é ainda um confronto direto, mas o clima de animosidade já visível nos canais virtuais que dão apoio aos dois. Parecem esquecer que entre eles e Eduardo Braide está o candidato do Republicanos, Duarte Júnior, que até aqui vem dando mostras de que sua posição de segundo colocado é consistente. Uma leitora bem pragmática do cenário sugere que os candidatos do DEM e do PCdoB podem estar cometendo um erro que pode lhes sair caro.

Aparentemente indiferente à troca de “fogo amigo” entre Neto Evangelista e Rubens Júnior, Eduardo Braide vai se mantendo na dianteira. Só que tentando superar uma dificuldade visível: para enfrentar concorrentes com o poder de fogo de Neto Evangelista e Rubens Júnior, o candidato do Podemos precisa de uma coligação forte, que lhe dê respaldo político e tempo de rádio e TV. Eduardo Braide sabe que se a base partidária da sua candidatura ficar limitada ao cacife modesto que será formado com a coligação Podemos/PSC/PSD, as dificuldades da sua campanha serão enormes e perigosas. Daí seus esforços para que Wellington do Curso desista da candidatura, cedendo-lhe o respeitável suporte do PSDB, como quer o chefe do partido no estado, senador Roberto Rocha (PSDB). Em outra frente, Eduardo Braide tenta agora atrair o MDB, que já esteve nas suas mãos, sendo agora uma “noiva” com poder de fogo razoável, incluindo o respeitável apoio da ex-governadora Roseana Sarney.

O pré-candidato do PSDB, Wellington do Curso, vive uma situação que começa a ganhar ares dramáticos. Terceiro colocado nas preferências do eleitorado, segundo todas as pesquisas mais recentes, ele parece ter chegado ao seu teto. Na avaliação do senador Roberto Rocha, Wellington do Curso encontra-se estacionado, aparentemente sem condições de avançar, por isso deveria abrir mão da candidatura e declarar apoio a Eduardo Braide, levando junto o seu cacife pessoal e o preciosíssimo tempo do PSDB no rádio e na TV, além, é claro, de um nome para candidato a vice. Wellington do Curso esteve irredutível, mas nos bastidores corre o comentário segundo o qual o apoio do PSDB pode ser decisivo para Eduardo Braide, podendo o pré-candidato tucano atender ao apelo do presidente do chefe dos tucanos maranhenses e abrir caminho para o candidato do Podemos.

Como se vê, o tabuleiro está montado, e quem souber mexer as pedras com mais inteligência e perspicácia pode se dar bem, o que não significa exatamente vencer a eleição.

Fonte: Ribamar Corrêa

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