Weverton descarta federação PDT/PSB em 2024, mas sabe que não pode errar no próximo passo

Weverton Rocha: decisões difíceis
sobre alianças para 2024 em 2026

Se depender do senador Weverton Rocha, o seu partido, o PDT, não formará uma federação com o PSB para as eleições municipais de 2024, só admitindo esse tipo de aliança entre as duas agremiações para as eleições gerais de 2026. Com esse posicionamento, o senador, que preside o partido no Maranhão e é atualmente um dos – se não o – mais influentes membros da cúpula nacional da legenda brizolista, praticamente descarta uma composição como PSB no estado para as eleições municipais do ano que vem. Isso indica que o PDT provavelmente se manterá distanciado da aliança liderada pelo governador Carlos Brandão (PSB), podendo se aliar de novo ao prefeito Eduardo Braide (PSD), que deve buscar a reeleição, montar um grupo com grupos da direita bolsdonarista ou, o que é mais improvável nesse contexto, lançar candidatos nas grandes cidades, a começar por São Luís.

O argumento contrário à federação PDT/PSB já para as eleições municipais, avalia que o PDT seria engolido pelo PSB, que hoje acumula uma enorme passa de poder, a começar pelo fato de que ter o governador do Estado e a presidente e ¼ da Assembleias Legislativa. “Isso é muito poder”, avaliou o senador Weverton Rocha, para quem o PDT sairia gravemente enfraquecido. Para ele, o partido deve estar livre de uma aliança dessa natureza para poder dialogar com outras correntes, incluindo o prefeito Eduardo Braide sobre a sucessão em São Luís, com o prefeito Assis Ramos (Republicanos) sobre a corrida sucessória em Imperatriz, e ainda com o prefeito Júlio Matos (PL) sobre a guerra pela Prefeitura de São José de Ribamar.

A julgar por suas declarações descartando unir o PDT ao PSB em federação já para as eleições municipais, o senador Weverton Rocha parece inclinado a tentar repetir a fórmula de 2020, quando jogou todo o peso do seu mantado senatorial e do PDT como partido para fazer o maior número possível de prefeitos. E assim chegar a 2026 politicamente cacifado para bancar sua candidatura ao Palácio dos Leões, numa provável disputa com o atual vice-governador Felipe Camarão (PT), que naquele ano deverá ser governador em busca da reeleição, ou tentar renovar o mandato de senador, disputando diretamente com o governador Carlos Brandão (PSB) ou com a senadora Eliziane Gama (PSD). E nesse cenário possível, federar o PDT com o PSB agora não é, na sua visão, um bom acerto político.

Nesse contexto, a corrida para a Prefeitura de São Luís é um fator decisivo para os planos futuros do senador Weverton Rocha e do seu partido como um todo. Para começar, fazer uma aliança pontual, de conveniência óbvia, com o prefeito Eduardo Braide (PSD) não parece ser o melhor caminho. Isso porque o resultado do que fora “plantado” de 2020, que visava fartura de votos em 2022, foi excelente para o prefeito, mas um completo desastre para o senador, que foi triturado em São Luís, onde esperava receber uma votação capaz de levar a disputa para um segundo turno entre ele e o governador Carlos Brandão, tendo acontecido exatamente o inverso.

O senador Weverton Rocha, com a experiência já acumulada, sabe que o controle político e administrativo de São Luís, ou pelo menos ter um aliado forte no comando do maior colégio eleitoral do Maranhão é fundamental para qualquer projeto político de abrangência estadual, como é o caso da renovação de mandado senatorial ou de chegar ao do Palácio dos Leões. E diante dos tombos que ele e seu partido têm sofrido na Capital, onde deu as cartas, direta ou indiretamente, durante as três últimas décadas, sabe que ambos se encontram um momento decisivo, que não podem errar no próximo passo, sob pena de caírem num abismo sem retorno.

É claro que sendo a política a arte do diálogo, não existe nela o que não seja possível. No caso do senador Weverton Rocha e do PDT no atua contexto, o problema é decidir com quem dialogar e qual a margem de concessão que pode fazer para a construção de um acordo que produza bom resultado nas urnas de 2024, e, claro, tenha desdobramentos em 2026.

Via Repórter Tempo

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