A dias da escolha do candidato governista, pesquisa mostra cenário embolado na corrida aos Leões

Impassível, o leão palaciano aguarda a definição do candidato a comandá-lo

Quando, no início ano, o governador Flávio Dino (PSB) reuniu as lideranças da aliança partidária que comanda, incluindo os pré-candidatos, para definir critérios que embasariam a escolha do candidato do grupo à sua sucessão, alguns propuseram resultado de pesquisa como item. Ouviram o seguinte: o candidato será escolhido com pelo menos um ano de antecedência, e isso torna pesquisa um critério inválido. E mais o seguinte: se pesquisa valesse com tanta antecedência, Weverton Rocha e Eliziane Gama não teriam sido eleitos senadores. A pesquisa DataIlha/Band divulgada ontem, duas semanas antes da reunião na qual o governador Flávio Dino e as lideranças do seu grupo, incluindo os pré-candidatos, deverão escolher o candidato da aliança ao Palácio dos Leões, mostrou a assertiva da decisão iniciar. Os percentuais de intenção de voto e de rejeição que encontrou indicaram, com clareza solar, que se a eleição fosse daqui a um mês, por exemplo, o resultado seria absolutamente imprevisível, à medida que nenhum dos candidatos teria garantia de que ultrapassaria a barreira do primeiro para o segundo turno. Ou seja, não há um caso de favoritismo irreversível.

Os números da pesquisa DataIlha/Band surpreendem. Com a ex-governadora Roseana Sarney (MDB), o resultado é o seguinte: Roseana Sarney com 20,5%, Weverton Rocha (PDT) com 10,3%, Carlos Brandão (PSDB) com 8,7%, Edivaldo Holanda Jr. (PSD) com 8,6%), Lahesio Bonfim (PTB) com 7,5%, Roberto Rocha (sem partido) com 6,7%, Josimar de Maranhãozinho (PL) com 6,4%, Felipe Camarão (PT) com 3,6% e Simplício Araújo (SD) com 0,9%), Brancos e Nulos (11, %) e Não Sabe/Não Respondeu (15,4%).

No cenário sem Roseana Sarney e levando em conta os quatro mais votados, é esse o resultado: Weverton Rocha aparece com 18,5%, seguido de Carlos Brandão com 15,1%, de Edivaldo Holanda Jr. com 13,4% e de Lahesio Bonfim com 9,5%. Nesse cenário, Brancos e Nulos chegariam a 19,9% e Não Sabe/Não respondeu alcançariam nada menos que 23,6%. Somados os dois itens, chega-se à esclarecedora conclusão de que 43,5% estão “soltos” e podem decidir a eleição durante a campanha.

A realidade nua e crua é que, de acordo com a pesquisa DataIlha/Band – que ouviu 1.931 eleitores entre 12 e 15 deste mês e tem intervalo de confiança de 95% -, a eleição do futuro governador do Maranhão está rigorosamente em aberto. E com chances, se não exatamente iguais no momento, muito próximas disso, entre os candidatos, principalmente levando em conta a margem de erro, que é de 2,23%, para mais ou para menos.

Nesse painel de percentuais, rico em informações, está escrito que, mesmo que conseguisse manter essa liderança, a ex-governadora Roseana Sarney não entrará na disputa ao Governo. Com trajetória consolidada, com riqueza de experiências doces e amargas, a ex-governadora não pensa sair da sua atual zona de conforto para além de um mandato quase certo de deputada federal. Mesmo que estivesse com percentuais mais elevados de intenções de voto, o estratosférico percentual de rejeição determina sua permanência fora do campo majoritário. Encerrar a carreira com o bem respaldado mandato na Câmara Federal é honroso para qualquer político, independentemente do que tenha sido pelo voto.

Nesse caso, a disputa ganha possibilidades, com Weverton Rocha e Carlos Brandão em destaque no cenário, o primeiro turbinado por um ativo mandato de senador, e o segundo em contagem regressiva para se tornar nada menos que o governador do Estado, cargo que lhe dará uma massa de poder extraordinária. É essa a avaliação que será feita na reunião do dia 29. Até lá, os pré-candidatos da base governista terão tempo suficiente para conversar e encontrar argumentos que fortaleçam seus cacifes. Dificilmente alguém reunirá peso político e prestígio eleitoral para medir forças com Weverton Rocha e Carlos Brandão.

Via Repórter Tempo

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