Sob o comando de Dino, PSB começa a ganhar força para se tornar uma potência partidária

Duarte Jr. exibe sua ficha de filiação ao PSB sob aplauso do governador Flávio Dino

Quando decidiu deixar o PCdoB e ingressar no PSB, o governador Flávio Dino havia feito as contas e encontrado a perspectiva de que a agremiação socialista, de longe o braço mais moderado e pé no chão da esquerda brasileira, seria turbinada e transformada numa potência partidária no Maranhão. A filiação, ontem, do deputado estadual Duarte Jr. – um jovem bom de voto que se elegera pelo PCdoB e migrara para o Republicanos para disputar a Prefeitura de São Luís -, abriu caminho para a transformação do partido numa das agremiações mais fortes do Maranhão para as eleições de 2022. O partido deve receber prefeitos, vereadores, deputados estaduais e federais, podendo participar da corrida eleitoral do ano que vem com chapas fortes para a Câmara Federal e para a Assembleia Legislativa, assim como de uma coligação tendo o governador Flávio Dino na liderança do partido como candidato a senador – até aqui sem um concorrente à altura.

Flávio Dino mudou de partido depois de meses de reflexão, avaliações, medindo prós e contras, tendo como preocupação básica a sobrevivência da aliança partidária que articulou e manteve durante os últimos seis anos. Contra ele não cabe o nhenhenhéns do tipo “saiu de repente”, “saiu na calada da noite” ou pela “porta dos fundos”, ou ainda “saiu sem avisar ao PCdoB”. Muitos agora vão usar a guinada partidária de Flávio Dino com pretexto para o que vier daqui para a frente fora do PSB. Não vai funcionar, porque os argumentos não se sustentarão, ao contrário, parecerão chororô de desamparado sem norte. Não houve qualquer gesto de deslealdade da sua parte em relação ao PCdoB. Muito ao contrário.

Dentro das regras formais e informais da política, o governador Flávio Dino se converteu ao socialismo moderado com o objetivo de dar a esse segmento da esquerda um papel destacado nos tabuleiros políticos maranhense e nacional. Exatamente como fez com o PCdoB, do qual se tornou a figura mais proeminente desde que venceu a disputa para o Governo do Maranhão em 2014. Não faria sentido ele ingressar no PSB apenas para disputar um mandato de senador colocando a legenda em patamar inferior na escala de interesses. Ele deixou isso muito claro no discurso que fez no ato de filiação:  “A conjuntura exige é que nós consigamos juntar, unir, quebrar arestas, quebrar resistências, quebrar preconceitos, para que a democracia possa prevalecer”.

Agora, vozes de fora do partido reclamam que ao assumir o comando do PSB, o governador Flávio Dino não abriu espaço para o agora ex-presidente Luciano Leitoa. A verdade nua e crua é que foi Luciano Leitoa, sabendo que Flávio Dino estava a caminho do partido, sucumbiu a pressão de aliados e, sem consultar o deputado federal do partido, Bira do Pindaré, antecipou precipitadamente tomada de posição em relação à sucessão estadual, jogando o partido numa situação incômoda de se posicionar antes da hora e sem o aval de ninguém. Certamente foi convencido de que posicionamento viraria fato consumado, inibindo o novo comando de revertê-lo. Quem fez tal cálculo calculou mal.

Não há no horizonte da política maranhense e nacional qualquer sinal que possa servir de empecilho para que, sob Flávio Dino o PSB seja transformado numa potência partidária e ganhe mais espaço no cenário nacional. E não há por parte do governador qualquer indicativo de acomodação. Ao contrário, todos os movimentos feitos e todas as palavras pronunciadas foram de entusiasmo com a nova casa partidária, criando um forte clima de otimismo quanto à nova realidade vivida pela legenda socialista.

As filiações de ontem confirmam a previsão da Coluna, feita há algumas semanas, de como será o futuro do partido.

Via Repórter Tempo

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