Um vídeo que mostra a historiadora, cantora e compositora Tertuliana Lustosa mostrando os glúteos durante uma mesa redonda na Universidade Federal do Maranhão (UFMA) viralizou nas redes sociais nesta quinta-feira (17). Tertuliana dançou e cantou uma música com letra erótica no evento “Dissidências de gênero e sexualidades”, onde palestrou como convidada do Grupo de Pesquisa Epistemologia da Antropologia, Etnologia e Política (GAEP).
Em nota, a UFMA informou que está averiguando o ocorrido e que vai tomar as providências cabíveis após ouvir todas as partes envolvidas, reforçando seu compromisso com um ambiente acadêmico inclusivo, respeitoso e transparente. De acordo com a universidade, a performance de Tertuliana foi “inapropriada para o momento e a construção do debate acadêmico-científico em que se encontrava”.
“Como sabido, a Universidade é um espaço plural e de diálogos, dedicado ao conhecimento, à diversidade de ideias e ao respeito mútuo. Por isso, entendemos que a liberdade de expressão é um pilar fundamental da academia, mas também ressaltamos a importância de se manter um ambiente harmônico e respeitoso para todos os membros da nossa comunidade. Por ser um lugar de múltiplas formas de conhecimento, os cursos, de graduação e de pós-graduação, possuem autonomia para discutir os variados temas que permeiam a nossa sociedade e que se apresentam a partir de diversas teorias científicas. Ressalta-se. contudo, que a UFMA não compactua com quaisquer tipos de ações que possam desrespeitar os valores e princípios basilares da instituição”, diz a nota da UFMA.
Por fim, a UFMA reafirma que todos os esforços buscam a melhoria de uma sociedade mais justa, inclusiva e comprometida com a pluralidade de vozes e saberes em defesa do ensino público, gratuito e de qualidade.
Em entrevista ao site UOL, Tertuliana Lustosa falou sobre a repercussão do vídeo. “Não fico surpresa, não. Inclusive, já aconteceu essa repercussão outras vezes no ano passado. Existe muito preconceito, pois a minha pedagogia liberta e traz a linguagem do paredão e do pagode baiano que é marginalizado, criminalizado e subjugado”, declarou.