A evolução da campanha eleitoral está mostrando que prefeitos de cinco dos maiores e mais importantes municípios maranhenses encontram-se em situações complicadas, dois como candidatos à reeleição e três já reeleitos e em fim de mandato, tentando se garantir no poder por meio de dos eventuais sucessores que apadrinham. Ontem, por exemplo, bombardeado por uma rejeição muito elevada e sem qualquer chance de reeleição, o prefeito de Barreirinhas, Amílcar Rocha (PCdoB), tomou a decisão drástica, mas sensata, de sair do páreo para apoiar o ex-prefeito Léo Costa (Podemos) na disputa com o líder, segundo as pesquisas, Vinícius Valer (MDB). São situações diferentes, mas que estão colocando os prefeitos contra a parede.
Em Imperatriz, o prefeito reeleito Assis Ramos (União Brasil) se prepara para entregar o bastão na mais surpreendente solidão política. Desgastado por uma gestão duramente criticada, principalmente a do segundo mandato, o prefeito Assis Ramos não teve autoridade política para lançar um candidato à sua sucessão, isso exatamente por saber que o seu afilhado seria triturado nas urnas. A situação está lhe impondo um duro isolamento, que o permite apenas assistir ao desenrolar da campanha. Nenhum candidato quer apostar no seu apoio, que certamente prejudicará, em vez de ajudar.
O prefeito de Caxias, Fábio Gentil (Republicanos), encontra-se na incômoda posição de ter o seu candidato, o sobrinho Gentil Neto (PSB), que já foi mostrado como líder, segundo algumas pesquisas, e estaria agora atrás do seu adversário, o suplente de deputado federal Paulo Marinho Jr. (PL), que estaria agora no comando do processo na Princesa do Sertão. O prefeito se encontra numa situação desconfortável, à medida que depara com uma situação impensável até semanas atrás, quando seu candidato teria estacionado e começado a perder força, enquanto o principal adversário estaria ganhando musculatura eleitoral, tornando imprevisível o desfecho da disputa pela sua sucessão.
Em Codó, o prefeito Zé Francisco (PSDB), que busca a reeleição e já liderou a corrida, encara agora o risco de ser derrotado nas urnas, uma vez que o seu principal adversário, o empresário Chiquinho da FC, recém convertido ao petismo – movimento que causou perplexidade em muitos, dado a sua origem direitista – está virando o jogo. A situação se agravou ainda mais com a entrada no páreo do ex-prefeito e seu aliado Biné Figueiredo (União Brasil), que tenta fazer o papel de “azarão”. A expectativa é a de que Bine Figueiredo, que já foi seu aliado de proa de Zé Francisco, desista para apoia-lo, somando forças para enfrentar o neopetista Chiquinho da FC.
Em Balsas, o prefeito Eric Silva (PDT), um dois mais bem avaliados do Maranhão, encerra seu segundo mandato numa posição nada confortável. É que o candidato por ele apoiado, Celso Henrique (PP), seu vice-prefeito até abril, começou liderando as pesquisas de intenção de voto, mas viu o seu concorrente, o suplente de deputado estadual Alan da Marissol (PRD), se aproximar e agora os dois estariam numericamente empatados, dizem que com uma pequena vantagem para o candidato do PRD. Ou seja, o prefeito se mantém com prestígio elevado na população, mas está com dificuldade de emplacar o seu sucessor.
A situação mais dramática é mesmo a do prefeito de Barreirinhas Amilcar Rocha. Integrante dos quadros do PCdoB, o prefeito do “Portal dos Lençóis” vislumbrou obter a reeleição, mas a sua gestão é tão criticada e ineficiente, que o seu projeto de poder está sendo atropelado pelo jovem engenheiro Vinícius Vale (MDB), e pelo ex-prefeito Léo Costa (Podemos), primeiro e segundo colocado nas pesquisas. Diante da impossibilidade de vitória nas urnas, o prefeito Amilcar Rocha anunciou ontem que desistiu de tentar a reeleição. Ele deverá buscar sua tábua de salvação numa aliança com Léo Costa, mas observadores da cena política barreirinhense avaliam que essa decisão foi tomada muito tarde, porque seria muito difícil conter a onda que embala a candidatura de Vinícius Vale.
À exceção do prefeito de Barreirinhas, Almicar Rocha, que já tomou rumo renunciando à candidatura por não ter nenhuma chance de reeleição, todos os outros casos representam o retrato do momento, que pode ser mudado nos próximos trinta dias.
Via repórter tempo