Casal de lésbicas sofre lgbtfobia em sorteio de Centro Novo do Maranhão

De acordo com o casal, os organizadores do evento, em Centro Novo do Maranhão, não quiseram entregar o prêmio para a ganhadora, Maria Gisleia, porque, segundo eles, ela não poderia “ser mãe por ser lésbica”.

Um casal de lésbicas de Centro Novo do Maranhão, a 261 km de São Luís, afirma ter sido vítima de lgbtfobia durante um sorteio de feito em celebração ao Dia das Mães, no último domingo (12).

Tatiele de Sousa e Maria Gisleia contam que ganharam uma geladeira durante um sorteio de dia das mães organizado pela Prefeitura da Centro Novo do Maranhão, mas alegam que foram impedidas de levar o prêmio para casa após terem sido vítimas de homofobia.

As duas estavam juntas no evento. De acordo com o casal, os organizadores não quiseram entregar o prêmio para a ganhadora, Maria Gisleia, porque, segundo eles, ela não poderia “ser mãe por ser lésbica”. Elas alegam que a organização ainda disse que ela deveria participar de outro sorteio, o do Dia dos Pais para conseguir a premiação.

Maria diz que foi alvo de insultos preconceituosos ao ser chamada para receber a geladeira pelo homem que fazia o cerimonial do evento. Usando o microfone para tentar justificar o porquê dela não poder levar o prêmio, o homem teria dito que ela não poderia engravidar e que lá não era o lugar dela.

Maria é mãe de criação de dois filhos de Tatiele, que não entendeu por que a esposa não pôde ficar com o prêmio e se revoltou com o caso. Mesmo não sendo mãe biológica, Tatiele disse que Maria é mãe sim, pois elas criam os filhos juntas.

“Ele jogou na cara de todo mundo que ela não pode ser mãe porque ela é lésbica, porque ela mora comigo. Ela já é mãe, não tem esse negócio de poder, não. Ela cria dois filhos aqui em casa”, relatou Tatiele.

Para registrar o boletim de ocorrência do crime nesta terça-feira (14), as duas vítimas, Tatiele de Sousa e Maria Gisleia, tiveram de ir até a cidade de Maracaçumé, pois tem delegacia de polícia em Centro Novo do Maranhão.

Casos como esse são considerados crimes de lesbofobia e a pena varia de 2 a 5 anos de prisão.

O que dizem as autoridades?

Em nota, a Prefeitura de Centro Novo do Maranhão disse que não compactua com qualquer crime de ato discriminatório, em relação à orientação sexual ou identidade de gênero e está investigando a postura do servidor público.

Em relação à falta de delegacia na cidade, a Secretaria de Segurança Pública do MA (SSP-MA) disse que tem feito investimentos para ampliar o efetivo, mas não deu detalhes sobre a falta de delegacia e nem o que será feito para sanar esse problema no município.

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