Madeira avisa que a chapa Camarão governador e Brandão senador é o caminho natural em 2026

O governador Carlos Brandão (PSB) vai disputar vaga no Senado, que é o seu caminho natural em 2026, como também será o caminho natural do vice-governador Felipe Camarão (PT) assumir o Governo e se candidatar à reeleição. Há muito rascunhado pela Coluna, com base na lógica e em conversas reservadas, esse roteiro tem sido, aqui e ali, colocado em dúvida por uma ou outra voz de grupo político interessado em desmontá-lo. Mas ganhou força de projeto consolidado ao ser confirmado pelo secretário-chefe da Casa Civil Sebastião Madeira, numa entrevista concedida quarta-feira ao programa “Expediente Final”, da Difusora News FM, comandado pelo jornalista John Cutrim. As declarações do chefe da Casa Civil, que integra o “Núcleo Duro” do Palácio dos Leões, funcionaram como um recado eloquente e sem rodeios a quem torce para que esse roteiro seja alterado. E com um detalhe a ser considerado: a chapa Camarão governador e Brandão senador já está engatilhada.

Em um trecho da entrevista, um descontraído e hábil Sebastião Madeira desenhou o seguinte cenário, para fundamentar seus argumentos: “Eu fui prefeito, o Brandão é governador. Todo mundo é divino, maravilhoso e cheiroso. Na hora que não for mais, e se não tiver mandato, não é mais cheiroso, não é mais divino e não é mais maravilhoso. Ele não iria contra a ordem natural das coisas para acabar sendo prejudicado”. E acrescentou outros para justificar o desdobramento dentro da ordem natural das coisas: “Carlos Brandão é ainda novo e depois de ser senador por oito anos poderia novamente disputar o Palácio dos Leões, caso quisesse”.

As candidaturas de Felipe Camarão ao Governo do Estado e de Carlos Brandão ao Senado são o que há de mais politicamente definido em relação a 2026. Isso porque não faria qualquer sentido eles abrirem mão de um projeto com elevadíssimo grau de viabilidade. E que já conta com o aval dos seus partidos e as bênçãos do Palácio do Planalto. Felipe Camarão tem preparo, experiência e maturidade suficientes para comandar o Estado numa perspectiva de avanço. Oito anos de Senado consolidarão ainda mais o político Carlos Brandão, dando-lhe a perspectiva de tentar voltar ao Governo nas eleições de 2030. Optar por permanecer no cargo para apoiar uma candidatura contrária à do grupo que lhe deu sustentação seria uma irracionalidade política. Até onde é possível observar, o governador Carlos Brandão se move pela razão, ou seja, pela racionalidade.

Uma incursão no cenário político maranhense da atualidade leva facilmente à conclusão de que, salvo o atual prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD), que tem posição adversária, mas não inimiga, é o único nome com cacife para se colocar como postulante nas próximas disputas pelo Governo do Maranhão. Há aspirantes com cacife duvidoso, como o caso do senador Weverton Rocha (PDT), que tentou sem sucesso em 2022 e agora se encontra numa situação delicada. Se vier a se dar bem na corrida ao Senado, o ministro do Esporte André Fufuca (PP) entra na lista, o mesmo podendo ser dito do deputado federal Juscelino Filho (União Brasil), atual ministro das Comunicações, mesmo com a carga de suspeitas que lhe tem tirado o sono, assim como o deputado federal Duarte Jr. (PSD), se conseguir chegar primeiro à Prefeitura de São Luís, e o deputado federal Rubens Júnior (PT), em relação ao grupo que está no poder estadual. Fora dessa seara, o ex-prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahesio Bonfim (Novo), pode vir a ser um contraponto nesse jogo.

É provável que o secretário-chefe da Casa Civil não tenha programado usar a entrevista para mandar recados dessa envergadura. Mas o fato é que suas declarações resolveram algumas réstias de dúvida em relação ao futuro do governador Carlos Brandão e do vice-governador Felipe Camarão. E deixou claro que, dentro do grupo governista, quem fizer uma aposta diferente vai perder feio.

Via Repórter Tempo

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