Ministro do Trabalho defende semana de quatro dias: ‘Já passou da hora de reduzir’

O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, defendeu, nesta segunda-feira (9), a redução da jornada de trabalho semanal para quatro dias por semana. O assunto, diz ele, ainda não foi tratado com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Em audiência à Comissão de Direitos Humanos do Senado, Marinho afirmou que chegou a sugerir às centrais sindicais que proponham a discussão ao Congresso Nacional, para que o tema possa avançar. “Passou da hora”, declarou o ministro aos parlamentares. O ministro avalia que o tema não poderia ser tratado isoladamente pelo governo, ressaltando que sociedade e parlamento precisam entrar em consenso.

“Esse debate da jornada é importantíssimo, e eu até brinquei esses dias com as centrais sindicais, se eles não iam pautar esse debate. Porque não é um debate meramente de governo, é um debate para a sociedade”, comentou.

Marinho lembrou que já há debates acontecendo no mundo em relação a três ou quatro dias de trabalho na semana. Algumas empresas brasileiras, inclusive, devem iniciar os testes em novembro.

“Eu particularmente, acredito que passou da hora (discutir nova regulamentação da jornada). Não tratei disso com o presidente Lula. É a minha opinião, não de governo. Mas tenho certeza que o presidente Lula não iria bloquear um debate, em que a sociedade reivindique que o Parlamento analise a possibilidade de redução da jornada de trabalho sem redução dos salários evidentemente. Eu acho que a economia brasileira suportaria”, disse, na audiência.

Marinho afirma que o avanço das tecnologias, como a inteligência artificial, corrobora a discussão.

“É necessário que se pense na jornada. Eu imaginava que a tecnologia viria em benefício do conjunto da sociedade. Você trabalha menos e esse conhecimento é distribuído para a sociedade como um todo. Mas nós observamos que ela também é apropriada por poucos para aumentar a exploração, é contraditório”, avaliou o ministro.

O questionamento ao ministro sobre o tema foi feito pelo presidente da CDH, Paulo Paim, que é defensor da redução da jornada de trabalho.

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