Paulo Victor deixa o PCdoB ciente dos riscos de entrar na guerra pela Prefeitura de São Luís

Paulo Victor decide deixar o PCdoB para procurar novo partido

Estava escrito nas estrelas que o vereador Paulo Victor, presidente da Câmara Municipal de São Luís, deixaria o PCdoB para buscar um partido pelo qual possa viabilizar sua candidatura à Prefeitura da Capital. O anúncio do desligamento da legenda comunista acontece no momento em que os três partidos da base governista – PSB, PCdoB e PT – se articulam para iniciar conversas com o objetivo de definir a participação dos três na corrida à Prefeitura. Essa articulação pode acabar juntando os três em torno de um candidato ou criando uma situação em que os três lancem candidatos.  O PCdoB entra nessas conversas enfraquecido sem a presença do presidente da Câmara Municipal, mas ainda com gás suficiente para se manter no time que hoje dá as cartas na política estadual. Com o movimento, o presidente da Câmara mostra que tem faro político apurado, ao se dar conta de que não há espaço para sua candidatura no PCdoB nem numa eventual aliança entre os três partidos em torno de um candidato para enfrentar o prefeito Eduardo Braide (PSD) em 2024.

Ao deixar o PCdoB, o vereador Paulo Victor abre uma enorme janela para o centro e para a direita, vários deles estão lhe acenando com ficha de filiação e prometendo o apoio possível ao seu projeto de candidatura ao Palácio de la Ravardière. Duas incursões que fez à Brasília no mês passado o levaram a gabinetes de diferentes líderes partidários, todos manifestando interesse na sua filiação. Afinal, não se trata apenas do vereador Paulo Victor, que preside as Câmara Municipal de São Luís, ele está articulado com pelo menos 20 dos 31 atuais vereadores, tem link forte com o Palácio dos Leões e tem se esforçado para ser identificado como o mais ativo opositor do prefeito Eduardo Braide.

O mais provável novo pouso partidário do presidente da Câmara é o PP, mola-mestra do Centrão e que abriga um leque ideológico, que vai do centro à direita conservadora, com pouca relação com a direita extremista e radical. O braço pepista maranhense é comandado pelo deputado federal André Fufuca, que vem se consolidando como um dos ases da nova geração e alimenta projetos que vão muito além de reeleições para a Câmara Federal. O presidente da Câmara também está conversando à sério com o presidente estadual do Podemos, deputado federal Fábio Macedo, que por sua vez já manifestou interesse na filiação do vereador, enxergando nela um caminho para turbinar e consolidar sua posição de comando.

Pelo cenário que está desenhando com seus movimentos, o vereador Paulo Victor está ciente do que está em jogo. Se conseguir um bom partido e consolidar sua candidatura, dando forma e conteúdo a um projeto que antes parecia sem rumo, pode participar da disputa e – quem sabe? – sair com um bom resultado. Mas se deixar o PCdoB e sua busca partidária for equivocada, o seu projeto de candidatura pode até mesmo nem sair do papel, podendo também ser uma aventura cujo desfecho pode ser uma pequena tragédia política, que pode inclusive imobilizá-lo por bom tempo.

Ainda há tempo para tudo no processo que levará às urnas em outubro do ano que vem. Há tempo para medir as condições, há tempo para fazer uma escolha partidária adequada, há tempo para costurar alianças e acordos para produzirem resultados agora e em futuro próximo. Em meio a essa avaliação temporal, o vereador-presidente Paulo Victor tem uma vantagem: sabe onde quer chegar. E parece disposto a correr todos os riscos para viabilizar sua caminhada para se tornar efetivamente o adversário do prefeito Eduardo Braide na guerra pelo controle político e administrativo de São Luís.

E pelo o que se ouve nos bastidores, ao migrar para outro partido, o vereador Paulo Victor levará pelo menos três vareadores hoje insatisfeitos nas suas agremiações.

Via Repórter Tempo

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