A manifestação mais recente do governador Carlos Brandão foi a de que até dezembro ele não vai tratar de eleição, dedicando todas as suas energias à gestão do Estado, mas com o cuidado de elogiar os esforços de Paulo Victor e Duarte Jr. para viabilizarem seus projetos de candidatura. A declaração do governador funcionou como uma espécie de senha para os dois pré-candidatos prosseguirem nos seus movimentos, usando todos meios ao seu alcance. E com os dois determinados a passar uma temporada no Palácio de la Ravardière, cada um a seu modo avança na busca de apoio para enfrentar o grande e desafiador obstáculo: o prefeito Eduardo Braide (PSD) e seu projeto de reeleição.
Por razões diversas, algumas delas justificáveis, outras nem tanto, o governador Carlos Brandão e o ministro Flávio Dino não emitiram até agora um único sinal de que vão juntar as forças e coloca-las em marcha em São Luís sob um único discurso. Ao contrário, o que está acontecendo é a dispersão dessas forças, com Paulo Victor caminhando numa direção e Duarte Jr. noutra, enquanto outros braços políticos do Palácio dos Leões abrem novas frentes. É o caso do empresário Marcus Brandão, que se juntou ao MDB, cujo presidente municipal, deputado federal Cleber Verde, declarou, de alto e bom som, que vai levar o braço ludovicense do partido para a base de apoio do prefeito Eduardo Braide. E o fato é que ninguém sabe ainda qual será a estratégia do grupo governista para a disputar a Prefeitura de São Luís, que tem peso importante no rateio eleitoral maranhense.
A grande pergunta que se faz no meio político é a seguinte: o PSB, hoje o maior partido do Maranhão, vai marchar unido para as urnas em São Luís? O governador Carlos Brandão e o ministro Flávio Dino conseguirão articular a unidade partidária necessária para reunir força e levar o grupo ao comendo político e administro da Capital? Conseguirão eles chegar a um entendimento que mobilize as duas correntes em torno de um candidato, ainda que não seja ele filiado ao PSB? Pelo menos até aqui, esse projeto parece ser viável, desde que os líderes sentem à mesa, conversem sem reservas ou limitações e batam martelo em torno de um candidato.
Não há informação de que os dois líderes do PSB já tenham conversado sobre como o partido vai se posicionar em relação à sucessão na Capital. O argumento é que ainda está longe e que isso só ocorrerá no início do ano que vem. Acontece que o processo já foi deflagrado, as cartas já estão sendo colocadas na mesa de maneira avulsa e os interessados na disputa já ocupam espaços dos quais não aceitarão ser removidos. Enquanto isso, o prefeito Eduardo Braide usa a inteligência política para fortalecer sua posição de favorito sem entrar num desgastante embate antes da hora.