Brandão e Dino mantêm aliança firme e deixam sem lastro especulações sobre crise

Flávio Dino e Carlos Brandão exibem convênio emoldurados pela senadora Ana Paula Lobato e o secretário Murilo Andrade, de Administração Penitenciária do Maranhão

Continua errando feio quem mantém aposta no improvável afastamento político entre o governador Carlos Brandão (PSB) e o ministro Flávio Dino, da Justiça e Segurança Pública. A inauguração, quarta-feira (7), das novas instalações do Instituto de Criminalística, da entrega de viaturas ao Sistema de Administração Penitenciária e da implementação do Sistema Nacional de Análise Balística (Sinab) no Maranhão, resultado de investimentos feitos pelo Governo Federal por meio do Ministério da Justiça, mostrou que, ao contrário do que muitos gostariam, os dois estão afinados nos dois campos. Isso significa dizer que o governador Carlos Brandão está levando seu Governo à frente sem a tão especulada ingerência do ministro Flávio Dino na gestão estadual, ao mesmo tempo em que não há qualquer sinal de insatisfação do governador em relação às ações do Ministério da Justiça no Maranhão, nem de algum movimento político fora da curva por parte de um ou de outro.

A Coluna já fez esse registro, mas faz questão de reafirmá-lo, por uma razão muito simples: em que pesem as diferenças ideológicas, doutrinárias e programáticas que os separam, o governador Carlos Brandão e o ministro Flávio Dino por um elo maior que eles dois e do que os interesses políticos que os movem: o Maranhão. São os compromissos e as ações que, embalados pelo afinamento das suas relações, lhes dão força política para que mantenham o poder de dar as cartas no tabuleiro da política estadual. Ou seja, Carlos Brandão e Flávio Dino sabem que unidos, o poder de fogo deles é ilimitado. Mas se desativarem os mecanismos de fortalecimento da aliança política, perdem os três: o governador, o ministro e o estado.

Cada um a seu modo, Carlos Brandão e Flávio Dino lideram a grande aliança político-partidária num momento ímpar. Saíram vitoriosos da terceira eleição consecutiva, sem qualquer força concentrada na oposição, com cacife para manter a hegemonia em pleitos vindouros. E com a dádiva sonhada por todos os governantes estaduais: ter no presidente Lula da Silva (PT) e no seu Governo aliados de primeira linha. Enfim, o melhor dos mundos político e administrativo, se levado em conta o que foram os quatro anos de hostilidade contínua e improdutiva do governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) em relação ao Maranhão.

No momento, os ambientes políticos estadual e federal não extremamente favoráveis aos dois. No plano estadual, o governador Carlos Brandão trabalha uma bem-sucedida estratégia de unidade política, reduzindo cada vez mais o tamanho da Oposição, com o apoio quase unânime da Assembleia Legislativa e dos prefeitos, algo pouco visto no estado em tempos recentes. No cenário nacional, o senador licenciado Flávio Dino (PSB) ganha projeção nacional como o mais destacado membro da equipe ministerial do presidente Lula da Silva, e com participação ativa no embate político contra as investidas das forças de direita que seguem a orientação do ex-presidente Jair Bolsonaro.

No campo partidário, Carlos Brandão e Flávio Dino continuam jogando juntos nas fileiras do PSB, hoje, de longe, o maior e mais forte partido do Maranhão.  Houve – e continua havendo – especulações dando conta de que o governador Carlos Brandão estaria avaliando a possibilidade de migrar para um partido sobre o qual tenha liderança plena. Pode ser que isso venha a acontecer, uma vez que o governador Carlos Brandão tem o seu próprio projeto político, com identidade ideológica, mas nada indica a ocorrência eventual de uma mudança comprometa a relação com o ministro Flávio Dino. Ao contrário, vista pelo viés do pragmatismo, uma mudança dessa natureza pode até fortalecer a relação deles.

Já sabido que as visitas do ministro Flávio Dino ao Maranhão sempre levam a alguns observadores a enxergarem sinais de crise. Mas elas até agora não apareceram.

Via Repórter Tempo

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