Famem: eleição de Ivo Rezende mostra força de Brandão e desmonta o esquema de Weverton

Ivo Rezende comemora a eleição para a presidência da Famem com o governador Carlos Brandão e prefeitos, no Palácio dos Leões

A eleição do prefeito de São Mateus, Ivo Rezende (PSB), para a presidência da Federação dos Municípios do Maranhão (Famem), recebendo 184 dos 212 prefeitos filiados – cinco municípios não são filiados -, marca uma virada completa nos rumos da entidade municipalista. E essa mudança radical produz duas situações bem claras e definidas. A primeira é a força do grupo político construído pelo ex-governador e senador eleito Flávio Dino (PSB) e agora comandado pelo governador reeleito Carlos Brandão (PSB), que conseguiu criar um ambiente de unidade na organização, o que resultou na formação de uma só chapa, presidida pelo agora presidente eleito Ivo Rezende. A segunda é a demolição do último pilar de sustentação do arrojado e ambicioso esquema de poder montado pelo senador Weverton Rocha (PDT), no qual apostou todas as suas fichas para chegar ao Palácio dos Leões, mas que resultou num fracasso retumbante. A partir da posse de Ivo Rezende, em janeiro, a Famem caminhará alinhada ao Palácio dos Leões.

O projeto que resultou na aclamação do prefeito Ivo Rezende começou antes do 1º turno das eleições gerais e ganhou força com a eleição do governador Carlos Brandão em turno único, neutralizando qualquer movimento destinado a lançar um candidato de oposição. Outros nomes do grupo governista – como os prefeitos de Coelho Neto, Bruno Silva (PP), e de Caxias, Fábio Gentil (Republicanos) -, que vinham se articulando, abriram mão de seus projetos diante do avanço de Ivo Rezende, que inicialmente conquistou o apoio do Palácio dos Leões, num trabalho bem articulado do seu padrinho político, Miltinho Aragão (PSB), ex-prefeito de São Mateus.

O governador Carlos Brandão, apoiado pelo senador eleito Flávio Dino, orientou o núcleo de articulação palaciano e os líderes partidários da aliança governista a darem suporte político ao prefeito de São Mateus. Sob as bênçãos dos Leões, a candidatura de Ivo Rezende voou alto e não encontrou adversário. O resultado, já previsto, foi consumado ontem. E não foi sem razão que, tão logo foi confirmado, Ivo Rezende foi ao Palácio dos Leões acompanhado de mais de uma centena de prefeitos, que ali foram convidados pelo governador a participar do seu projeto de Governo.

O triunfo do candidato governista significou o desmonte do último pilar do esquema político arquitetado em 2018 pelo então senador eleito Weverton Rocha (PDT), que aproveitou a maré cheia da eleição, atropelou aliados e emplacou o homem forte do seu esquema de poder, o prefeito de Igarapé Grande, Erlânio Xavier (PDT), no comando da Famem, conseguindo reelege-lo em 2021, garantindo assim o suporte da entidade como um dos eixos políticos da sua candidatura. Ao longo da campanha, ficou muito claro que, caso o senador Weverton Rocha fosse eleito governador, o prefeito Erlânio Xavier comandaria o processo sucessório emplacando um aliado no comando da Famem.

O fato é que, atropelado pelo ex-prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahesio Bonfim (PSC), Weverton Rocha viu seu projeto de poder ser transformado em fumaça. O desmonte do seu esquema político foi tão forte, que ele e seu grupo sequer cogitaram lançar um candidato. E o que é mais surpreendente, Erlânio Xavier falou como se tivesse contribuído para unificar a Famem em torno de Ivo Rezende. Na verdade, ele só adotou o discurso da unidade depois que as favas estavam contadas pelo poder de fogo do PSB e do Palácio dos Leões.

Um dos destaques da novíssima geração de políticos maranhenses, integrada, por exemplo, pelo vice-governador eleito Felipe Camarão (PT), a deputada federal eleita Amanda Gentil (PP) e a vice-prefeita de Pinheiro e eleita 1ª suplente de senador eleito Flávio Dino, Ana Paula Lobato (PSB), o prefeito Ivo Rezende ganhou o cargo e o desafio de virar a página na Famem, dando à entidade a devida estatura política e, principalmente, reforçando nela o papel de grande porta-voz da causa municipalista no Maranhão.

Via Repórter Tempo

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