Reeleição de Brandão em turno único consolidou a liderança de Dino, que vai forte para o Senado

Felipe Camarão, Carlos Brandão e Flávio Dino: vitória acachapante nas urnas

A reeleição do governador Carlos Brandão (PSB) no 1º turno com 51% dos votos e a sua própria eleição para o Senado da República com mais de 62% dos votos, além da elástica vitória do ex-presidente Lula da Silva (PT), seu candidato, sobre o presidente Jair Bolsonaro (PL) no estado, confirmaram a força da aliança articulada pelo senador eleito Flávio Dino (PSB), e o consolidaram como o mais destacado líder político do Maranhão na sua geração. Ao mesmo tempo, esse resultado pode ter enterrado prematuramente as pretensões do senador Weverton Rocha, que ficou em terceiro com 20% dos votos e, do alto do seu poderoso mandato senatorial, viu o seu castelo de ilusões políticas desabar, obrigando-o a repensar o seu futuro, o mesmo acontecendo com o ex-prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Jr. (PSD). Muito atrás de Carlos Brandão, o senador pedetista e o ex-prefeito da Capital foram abatidos pelo ex-prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahesio Bonfim (PSC), que saiu das urnas em 2º e levando na bagagem o robusto cacife de 25% dos votos.

O desfecho das eleições majoritárias no Maranhão resultou da conjunção de uma série de movimentos feitos pelo ex-governador Flávio Dino em fina sintonia com o governador Carlos Brandão. E foi rigorosamente previsto nas pesquisas mais recentes, como a do Ipec, divulgada sábado. Todas identificaram a forte liderança do ex-governador Flávio Dino nesse processo, Ele soube comandar a aliança e, ao mesmo tempo, assistir à derrocada do senador Weverton Rocha, o grande responsável pelo “racha” que levou parte da base governista a ser trucidada nas urnas, com a humilhação de perder para o ex-prefeito de São Pedro dos Crentes.

O governador Carlos Brandão fez o dever de casa com aplicação inatacável: foi, ao longo de sete anos e três meses, um vice aplicado, correto, ativo e, sobretudo, leal. Assumiu o Governo em abril e se manteve na mesma linha. Nessa condição, construiu as condições para ser o candidato a governador, certo de que a lealdade e o trabalho político intenso seriam decisivos para viabilizar o projeto de poder. Weverton Rocha fez a leitura no sentido inverso: parecendo esquecido de que o seu mandato de senador foi conquistado em grande medida pela força política e pelo prestígio eleitoral de Flávio Dino, acreditando que já tinha tutano político para “peitar” o líder. Carlos Brandão seguiu a cartilha do bom aliado e do politicamente sensato e se deu bem.

A vitória do grupo governista ganhou dimensão bem maior com a participação do ex-presidente Lula da Silva, fruto também de uma bem armada articulação de Flávio Dino. Ele levou o seu secretário de Educação, Felipe Camarão, a se converter ao petismo, e como tal desembarcar na chapa de Carlos Brandão como candidato a vice-governador, levando junto o apoio do PT e do seu candidato presidencial. Embalado pelo PT, Felipe Camarão foi peça importante nos esforços de campanha, cuidando da guerra pelo voto principalmente na Ilha de Upaon Açu. Eleito, tem três anos e três meses para se preparar para ser o candidato do grupo à sucessão de Carlos Brandão em 2026.

O tombo do senador Weverton Rocha tem um segundo responsável, além dele próprio: Lahesio Bonfim (PSC), o ex-prefeito da minúscula São Pedro dos Crentes, que com um discurso populista conseguiu se tornar o azarão da disputa pelo Governo do Estado, que por pouco não tornou a reeleição do governador Carlos Brandão bem mais difícil. O candidato do PSC não se intimidou com a poderosa máquina partidária nem com os volumosos recursos com que o senador Weverton Rocha bancou sua campanha, impondo-se a suprema humilhação de terminar a corrida na terceira colocação.

A reeleição do governador Carlos Brandão e a eleição do ex-governador Flávio Dino se deram dentro da mais pura lógica política: um projeto político e eleitoral bem planejado, tendo como lastro os resultados de um Governo reformador e transparente.

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