Othelino Neto é favorito para a presidência da Assembleia Legislativa; Arnaldo Melo entra na disputa

Othelino Neto em ato com Carlos Brandão; Arnaldo Melo lança candidatura na AL

A menos que surjam outros nomes, o que é improvável na nova composição parlamentar, a disputa pela presidência da Assembleia Legislativa se dará entre o deputado Othelino Neto (PCdoB), atual presidente, e o deputado Arnaldo Melo (PP), que já presidiu a Casa por dois mandatos, na década passada. É essa a fotografia do momento num cenário em que apenas eles sinalizaram com clareza que estão no páreo. O presidente Othelino Neto ainda não fez uma declaração formal sobre candidatura a novo mandato presidencial, mas já recebeu manifestações de apoio de nomes importantes entre os deputados eleitos e reeleitos, como Carlos Lula (PSB) e Rildo Amaral (PP). Arnaldo Melo já vinha se movimentando nos bastidores e decidiu colocar sua candidatura na rua ontem, saindo do instável campo das especulações. Nessa seara permanecem rumores de que deputados eleitos ligados ao senador Weverton Rocha (PDT) estariam articulando o lançamento de um candidato de oposição.

(Vale esclarecer que, por decisão da Justiça, desde 2020 deputado não pode mais exercer dois mandatos presidenciais consecutivos na mesma legislatura. Por exemplo: quem for eleito agora para o primeiro biênio da nova Assembleia Legislativa, não poderá se reeleger em 2024. No caso do deputado Othelino Neto, ele pode ser candidato, por se tratar de novo mandato. Se eleito for, não poderá se reeleger daqui a dois anos, o mesmo acontecendo com qualquer outro candidato. Não há, portanto, qualquer impedimento para o atual presidente se candidatar ao primeiro biênio da nova legislatura).

Qualquer avaliação desse momento levará natural e facilmente à conclusão de que o presidente Othelino Neto reúne as condições políticas necessárias para se eleger para primeiro mandato presidencial da nova legislatura. Ele comanda a Casa desde janeiro de 2018, realizou um trabalho respeitável, principalmente durante a pandemia, teve participação importante durante a campanha eleitoral como um dos articuladores da base governista, e se reelegeu como o segundo mais votado, alcançando mais de 84 mil votos. Além do mais, vem mantendo sintonia fina com o governador Carlos Brandão (PSB) e com os demais líderes da aliança governista, como o senador eleito Flávio Dino (PSB), de cuja campanha foi coordenador político. Sua posição é sólida.

Eleito para o oitavo mandato parlamentar, com dois mandatos presidenciais (2011/2014), o deputado Arnaldo Melo é raposa felpuda e tarimbada nesse jogo. Não há sinais de que tenha sido estimulado pelo Palácio dos Leões, causando por isso a impressão de que sua candidatura é independente, que pode passar por uma ampla negociação dentro da base governista. Ontem, ao confirmar sua candidatura, ele deu a seguinte justificativa: “Nós somos 42 deputados eleitos para a próxima legislatura, então, todos os 42 são legítimos. Eu sou um dos deputados mais antigos na Casa, com o maior número de mandatos, e inclusive já tive a honra de presidir a Casa e meu nome está aí, disponível para o grupo dos colegas deputados. Converso amistosamente com todos os colegas e aguardamos que o movimento do nosso grupo político consiga convergir para um nome (…), de forma coordenada e de forma harmônica”.

Nos gabinetes e corredores do Palácio Manoel Beckman, onde é intensa a movimentação de deputados eleitos e reeleitos, a expectativa dominante é a de que nada será formalmente decidido na base governista antes da decisão do 2º turno da eleição presidencial. Isso não muda o fato de que, nesse momento, o presidente Othelino Neto tem todas as cartas para se eleger para mais um mandato presidencial. E nesse contexto poderá ser montada a equação que venha a produzir um acerto pelo qual a escolha do presidente para o biênio 24/26 já seja engatilhada agora. E quem sabe na costura de um grande acordo pelo qual o deputado Arnaldo Melo seja o candidato da base em 2024.

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