Delegado Renato Cutrim
No ano de 1997, dois crimes de grande repercussão ocorreram em São Luís. O primeiro, no mês de maio, teve como vítima o Delegado Stênio Mendonça, executado por membros do crime organizado que imperava no Estado do Maranhão. O segundo, ocorreu em dezembro, ocasião em que tombou o Delegado de Polícia , Renato Antonio Silva Cutrim.
Como Stênio, Renato era um Delegado respeitado pela sua coragem , pelo orgulho de fazer parte da Polícia Civil e pela vontade de exercer a profissão que sempre sonhou.
Filho da professora Lígía Farias e Silva e de Raimundo Castro Cutrim , nasceu em 08/11/ 50 em Cajapió-Ma e viveu quase toda a sua vida na Rua 18 de novembro , no Bairro da Fabril . Formou-se em Direito nos anos 80, tendo exercido a advocacia por quase dez anos, no seu conhecido escritório da Rua 14 de julho., em frente à Barbearia São José ( de propriedade dos amigos Antonio Lima Moraes , Joelmir e Paulo). Naquele escritório , trabalhou por muito tempo como advogado e representante comercial , ao lado dos irmãos César, Geraldo, Fátima e Totó , mas sempre cultivando o sonho de exercer a profissão de Delegado de Polícia.
Desde menino, era inquieto, ativo , corajoso e sem medo de enfrentar qualquer perigo. Onde aparecia um conflito, entre amigos ou parentes, lá estava Renato para resolver“ ou pelo menos saber o que estava acontecendo .
Como policial , foi por muitos incompreendido por conviver sempre com o perigo , lidar com bandidos e trabalhar em um sistema de segurança carcomido e sem estrutura.
Em 27 de dezembro de 1997, a coragem e a destreza, típicas de um verdadeiro policial , sucumbiram diante de um cubano clandestino , que apareceu por estas plagas, fugindo do regime de Fidel Castro. Trata-se de Francisco Landrover de La Fuente, que teve a sorte de escapar do regime ditatorial de Cuba e muito mais quando lutou com um Delegado que, vindo de uma animada festa de confraternização , estava alcoolizado e sem as mínimas condições de se defender.
Sorte também teve o forasteiro, quando foi surpreendentemente absolvido no Tribunal do Júri , onde o Promotor Rodolfo Reis ( empolgado com a presença de vários Promotores de Justiça que na ocasião tomavam posse), pediu, de forma teatral, sua absolvição. Com essa atitude , o fiscal da lei demonstrou muito mais interesse em ensinar aos colegas que um Promotor de Justiça não vive só de acusação , do que propriamente mostrar aos jurados a trama criminosa do cubano e sua amante que levou o Delegado à morte.
Renato, você perdeu a vida mas não perdeu o respeito da família e dos amigos. Após Vinte anos e um mês de tua ausência, entre outras homenagens da esposa, filhos , irmãos e amigos, resta lembrar as nossas animadas conversas de todas as sextas no teu escritório e as saudáveis brincadeiras de infância na cidade de Cajapió .
Teu primo , Garibaldi Segundo ( Badinho)
Lembrar dele me emociona marcou minha infância com suas brincadeiras,sua alegria.Eternas Saudades