Chegada da Coronavac alivia as tensões no Maranhão, mas não interrompe o processo político visando 2022

A Coronavac amenizou o clima político e garantiu relação republicana entre Flávio Dino e prefeitos, entre ele o ludovicense Eduardo Braide 

Diferentemente do que ocorre no plano nacional, onde o presidente da República, ministros e filhos andam na contramão da realidade, negando a vacina e criando problemas com a China, produtora do insumo necessário para produzir a Coronavac, e ainda tentando agora assumir a paternidade do imunizante para cuja produção nada contribuíram, no Maranhão, a corrida pela vacinação tem servido para congelar diferenças políticas em favor do bem comum. O melhor exemplo tem sido a maneira republicana com que o governador Flávio Dino (PCdoB) tem tratado adversários em comando de prefeituras, orientando sua equipe para dispensar tratamento igual a todos os prefeitos maranhenses, a começar pelo de São Luís, Eduardo Braide (Podemos), que hoje é um dos principais adversários políticos do Governo do PCdoB.

Desde os primeiros movimentos no sentido de preparar os municípios para atuarem com segurança e eficácia no processo de imunização, o governador Flávio Dino determinou ao Governo a distribuição do estoque de seringas e agulhas proporcionalmente entre os 217 municípios. O rateio foi feito com antecedência, tendo, logicamente, a Secretaria Estadual de Saúde destinado a maior quantidade, 26.572 doses, à Prefeitura de São Luís, para vacinar 13.286 pessoas. A garantia de que não lhe faltariam tais insumos essenciais para a vacinação permitiu que o prefeito Eduardo Braide programasse a vacinação com segurança. O aspecto operacional para a entrega desse material foi tratado entre os secretários de Saúde do Estado, Carlos Lula, e do Município, Joel Nunes Jr., num correto clima de plena cooperação, sem trapalhões pelo meio, e sem o envolvimento direto do governador e do prefeito. Tudo funcionou tão bem que o prefeito de São Luís iniciou ontem mesmo, sem atropelo, a campanha de vacinação na Capital.

Essa bem sucedida cooperação, feita no mesmo nível com todos os prefeitos maranhenses, aliados e não aliados, está na madura e sensata compreensão do governador Flávio Dino no sentido de que, quando o interesse maior da população está em jogo, as diferenças políticas têm de ser sufocadas – ao menos temporariamente. O prefeito Eduardo Braide também fez a leitura correta da situação: comandou o ato inicial da vacinação no Hospital Djalma Marques, o velho e querido Socorrão I, respeitando as regras com o cuidado de não fazer jogo político. A atuação correta e eficaz da engrenagem controlada pelo Palácio dos Leões em todos os municípios fez com que não tenha havido – pelo menos até aqui -, nenhuma manifestação discordante. Ficou claro que as lideranças políticas atuais do Maranhão estão em sintonia fina com a democracia e a modernidade.

Nenhum problema foi registrado na distribuição equitativa das 164.240 doses da Coronavac recebidas do Ministério da Saúde para garantir as duas doses a 78.223 pessoas – a segunda dose será aplicada num intervalo de três semanas, em datas a serem definidas no cartão de vacinação. Todos os municípios receberam exatamente o que tinham direito.

O bom andamento do processo de vacinação no Maranhão, com o correto entendimento institucional entre o Governo do Estado e os governos municipais não significa que as diferenças políticas momentaneamente sufocadas deixarão de existir. Por mais importante que seja a chegada da vacina contra o novo coronavírus, não dá para ignorar o fato de que daqui a 21 meses os maranhenses irão às urnas escolher o presidente da República, governador, um senador, 18 deputados federais e 42 deputados estaduais. E por tudo o que tem acontecido no País dentro e fora da política, todos os observadores atentos prognosticam uma disputa política e eleitoral tensa e intensa, na qual as diferenças se manifestarão de maneira inflamada.

Se não tem o poder de mudar a tendência belicosa da disputa política marcada para 2022, o clima de cooperação propiciado pela chegada da Coronavac ficará como um oportuno registro de que a imunização alivia as tenções, mas não tem o poder de interromper nem deformar o processo político, que é essencial à vida da Nação.

Via Repórter Tempo

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