Reforma do Edifício João Goulart chega à fase final e ajuda a valorizar Centro Histórico

Abandonado há quase 30 anos, o Edifício João Goulart, localizado no coração do Centro Histórico de São Luís, vem sendo completamente revitalizado e em breve deverá abrigar a nova Sede Administrativa do Governo do Maranhão. Na tarde desta sexta-feira (10), o governador Flávio Dino vistoriou a obra de reforma do prédio.

Construído em 1957, o Edifício João Goulart é um ícone da cidade de São Luís por ser uma das primeiras construções modernistas instaladas na Ilha. Flávio Dino verificou de perto os detalhes da obra de reforma, que já está em sua fase final.

A reforma do João Goulart é também sinônimo de economia para o Estado, já que o local abrigará secretarias e órgão de Estado que atualmente arcam com custos de aluguéis.

“Nós teremos agora nos próximos meses a finalização e a ocupação do prédio por secretarias e órgãos do Governo. Com isso nós temos um modelo vitorioso que está sendo reafirmado: o de reocupação do Centro Histórico. Vamos estender isso a outras regiões do Centro de São Luís para valorizar esse grande patrimônio do povo do Maranhão, dar um sentido econômico e, naturalmente, fortalecer o papel turístico que essa região já tem”, disse o governador.

Para o governador, além de valorizar esse importante exemplar do patrimônio arquitetônico ludovicense, a reforma do João Goulart deve estimular a oportunidade de negócios com a circulação de mais pessoas na região.

“Nós teremos uma utilização produtiva, que significa atração de pessoas e, portanto, oportunidade de negócios para empreendedores, gerando o caminho certo para que nós tenhamos a conservação do Centro histórico de São Luís, ocupado por pessoas que estejam permanentemente usando os espaços públicos”, reforçou o governador.

A obra

Localizado na Avenida Dom Pedro II e próximo ao Palácio dos Leões, o Edifício João Goulart possui pouco mais de 6 mil m² de construção, sendo 2 subsolos, térreo e 10 andares.

Na obra de revitalização, foi utilizado um modelo mais moderno e eficaz para a reabilitação do prédio. Trata-se do chamado “aluguel sob medida” (também conhecido pelo seu nome em inglês “built to suit”), no qual a iniciativa privada financia a obra de reforma e a manutenção das instalações do imóvel por tempo determinado.

De acordo com a engenheira Ana Claudia Amorim, uma das responsáveis pelos trabalhos, a previsão é que a obra seja entregue em breve. Ela explica que todo o piso do prédio já foi refeito, assim como já foram instalados a estrutura de forro, o novo e moderno projeto de climatização e o sistema de combate a incêndios. A restauração da fachada não foi alterada, obedecendo às prerrogativas do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

“O prédio está mais concluído de cima para baixo. Estamos fazendo todo o layout de cada Secretaria, mas dentro da proposta do prédio, que é trabalhar em um vão livre, num sistema de Call Center. Alguns pavimentos já estão com 90% de piso e escada concluídos. Estamos fazendo um reforço estrutural para instalar o elevador”, diz a engenheira.

Antigos ocupantes hoje trabalham na obra

Antes do início da reforma, o Edifício João Goulart estava completamente abandonado e servia de habitação para moradores de rua. Muitas dessas pessoas foram reaproveitadas pela empresa contratada para a obra, como detalha o secretário de Estado de Governo (Segov), Antonio Nunes.

“Nós fizemos todo um trabalho de cadastramento dessas pessoas, inclusive incluímos essas pessoas no Sine (Sistema Nacional de Emprego). Graças a esse cadastro no Sine, elas foram absorvidas na obra. Há pessoas que estão cadastradas na empresa e que continuarão na construtora”, ressalta Antonio Nunes.

Esse é o caso de Maurício José Carvalho. Ele morava na rua e passou três anos ocupando o prédio. Hoje Maurício trabalha como servente de pedreiro na sua antiga morada.

“Eu morava na rua. Encontramos esse prédio abandonado e vim morar nele. Aconteceu um problema nele e todos saímos. Depois disso me convidaram para tirar todos os meus documentos porque iam reformar o prédio e conseguiram me botar na empresa. É uma oportunidade que vários tiveram e deixaram passar e eu to segurando até hoje com as duas mãos”, comemora.

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