A Justiça maranhense recebeu a denúncia do GAECO/MP-MA (Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas), contra Thiago Gomes Duarte e outros investigados na Operação Fleming realizada em março do ano passado. Thiago que é proprietário da Distribuidora Saúde & Vida e concorreu a uma vaga na Câmara Federal no Piauí pelo Republicanos, agora é réu em um caso que envolve supostas práticas criminosas em licitações e lavagem de dinheiro.
A decisão judicial detalha um esquema complexo, envolvendo pessoas nos estados do Maranhão e Piauí, inclusive com atuação nacional, como o ex-assessor da liderança do governo no Senado Federal, João Batista Magalhães.
O Ministério Público do Maranhão instaurou um Procedimento Investigatório Criminal para apurar possíveis irregularidades nos contratos firmados pela Distribuidora Saúde & Vida Ltda com diversos municípios maranhenses. A investigação teve origem em uma representação do Ministério Público de Contas, que apontou simulação de vendas e fornecimento de produtos superfaturados em contratos que totalizam R$ 40 milhões.
O GAECO revelou que, após o cumprimento de mandados de busca e apreensão, foram obtidas evidências que levaram ao oferecimento da denúncia. As evidências indicam que os investigados constituíram uma organização criminosa utilizando empresas como a Distribuidora de Medicamentos Saúde e Vida Ltda, Exclusiva Distribuidora de Medicamentos LTDA, Mundial Distribuidora de Medicamentos EIRELI e Vanda Benício Coelho EIRELI, para supostamente fraudar licitações públicas no Maranhão e realizar operações de lavagem de dinheiro.
A denúncia destaca que Thiago Duarte assinou contratos fraudulentos em municípios maranhenses em nome da Distribuidora de Medicamentos Saúde e Vida Ltda. Além disso, foram identificados indícios de superfaturamento e notas fiscais com valores acima do mercado.
Para ocultar a origem dos recursos, os acusados teriam utilizado a técnica conhecida como “smurfing”, movimentando altos valores por meio de transações abaixo do limite de notificação, totalizando R$ 25.011.100,00 em manobras de lavagem de dinheiro, de acordo com o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF).
Douglas Macedo era amigo de Thiago e administrador da Distribuidora Saúde e Vida, enquanto Raimundo Silva atuaria como “laranja” e competia em licitações supostamente fraudulentas. Também foram citados Hermeson Farias dos Reis, Manoel Mauro Silva Júnior, Amanda de Araújo Silveira, Rafael Gomes Pereira, Deilton Ricardo da Silva Araújo, Kenned José Machado de Sousa, Vanda Benício Coelho e Ricardo Rodrigues de Sousa Martins Neto.
Os investigados teriam usado técnicas de “lavagem” de dinheiro, como transações abaixo do limite de notificação. Thiago teria transferido grandes quantias para outros envolvidos, inclusive para parentes de políticos. Conversas entre Douglas e Ricardo, assessor jurídico do município de São Francisco do Maranhão, sugerem manipulação de licitações.
Há indícios de organização criminosa, conforme a Lei nº 12.850/13. O caso mostra uma estrutura logística complexa, com hierarquia definida e alto grau de organização alcançado pelo grupo criminoso que os denunciados em tese integrariam.
Via O Informante