A aproximação da corrida às urnas agendada para 2024, quando serão eleitos prefeitos e vereadores, tem sido intensa e animada dentro dos braços partidários no Maranhão. Nas últimas semanas, o MDB se turbinou com a filiação do deputado federal Cleber Verde e a confirmação de que o empresário Marcus Brandão vai engrossar as suas fileiras, devendo mais tarde assumir a direção estadual. Antes, o deputado federal Aluísio Mendes assumira o controle do Republicanos no estado, e o colega dele, Fábio Macedo, foi ungido presidente estadual do Podemos, e o prefeito de São Luís, Eduardo Braide, migrou do Podemos para o PSD, mesmo partido da senadora Eliziane Gama. De volta ao jogo, o secretário-chefe da Casa Civil, Sebastião Madeira, reassumiu o controle do PSDB. E completando essa movimentada ciranda partidária, o PSB fez ajustes importantes e decisivos na sua organização, e ontem foi confirmada a batida de martelo para troca de comando no braço maranhense do União Brasil (UB).
Essa ampla reorganização dos partidos em curso é a repetição do que via de regra acontece no intervalo que começa após as eleições gerais e os preparativos para as eleições municipais. Em alguns casos, porém, a mudança tem significados bem mais amplos e às vezes desdobramentos surpreendentes.
O mais amplo movimento de pedras no xadrez partidário maranhense, que ainda está em curso, é o que deve levar o empresário Marcus Brandão, irmão do governador Carlos Brandão (PSB), a substituir a deputada federal Roseana Sarney no comando estadual do MDB. Várias têm sido as interpretações para o movimento emedebista, sendo que o desdobramento mais previsto é o que supõe a eventual migração do governador Carlos Brandão para a seara emedebista, causando também a migração da presidente da Assembleia Legislativa, deputada Iracema Vale, eleita no PSB.
A investida do MDB acendeu a luz de alerta no PSB, levando o presidente em exercício do partido, ex-deputado Bira do Pindaré, a desencadear uma operação rápida e eficiente, realizada ao longo de maio, para fazer um amplo rearranjo na estrutura de comando, acomodando dentro na grade de cargos do partido, para os quais foram nomeados o governador Carlos Brandão e a deputada Iracema Vale. O amplo ajuste na grade de comando do PSB fez com que o partido afastasse, pelo menos temporariamente, os rumores de divisão que vinham rondando o PSB desde o anúncio do resultado das eleições de 2022, tendo alguns apressados alardeado que havia chegado a hora do “racha” na base partidária montadas pelo ex-governador Flávio Dino e hoje liderada no estado pelo governador Carlos Brandão.
A mudança no Republicanos foi uma articulação do deputado federal Aluísio Mendes, que saiu das urnas cacifado para abandonar o PSC, foi ao comando do Republicanos, comparou o seu poder de fogo com o de Cleber Verde, que presidia o partido, e levou a melhor, assumindo o braço do partido no Maranhão. Cleber Verde deu o troco migrando para o MDB, que lhe deu o controle do diretório de São Luís. E entrou no cenário já dando cartas, como a declaração de que vai lutar para que o MDB apoie o projeto de reeleição do prefeito Eduardo Braide. No Republicanos, Aluísio Mendes se manteve na oposição bolsonarista ao Governo Lula da Silva (PT).
A maior surpresa dessa movimentação foi o deputado federal Fábio Macedo, que assumiu o controle do Podemos no Maranhão, depois que o prefeito Eduardo Braide decidiu deixar o partido e migrar para o PSD, controlado no Maranhão pelo ex-deputado federal Edilázio Júnior. Ao desembarcar em Brasília com o chefe estadual do Podemos, Fábio Macedo foi catapultado para o chamado “alto clero”, ou seja, a elite, da Câmara Federal e pode encontrar os meios para fortalecer o partido. Outro exemplo surpreendente é o que está sendo levado à frente pelo chefe da Casa Civil, Sebastião Madeira que, com o aval do governador Carlos Brandão, retomou o comando do PSDB, partido que chegara ao fundo do poço nas eleições passadas tutelado pelo empresário Inácio Melo.
Todas essas forças partidárias entrarão de cabeça na guerra por Prefeituras e cadeiras em Câmaras Municipais.
Via Repórter Tempo