A escolha do novo ministro das Comunicações impõe um vexame inédito a Lula

Por Lauro Jardim

Na quinta-feira completam-se duas semanas desde que Gleisi Hoffmann anunciou oficialmente aos jornalistas que, indicado pelo União Brasil, o líder do partido na Câmara, Pedro Lucas Fernandes, seria o novo ministro das Comunicações, substituindo o indiciado Juscelino Filho:

— O presidente aceitou e fez um convite também ao líder, para assumir o cargo.

A tendência, porém, de acordo com integrantes da cúpula do União Brasil é que Pedro Lucas continue deputado. Uma disputa entre alas do partido o fará ficar onde está — ao menos é essa a justificativa oficial.

Trata-se de um constrangimento inédito para Lula.

É algo do beabá da política: um presidente da República só faz um convite para o cargo de ministro para alguém que já foi previamente sondado e topou o desafio. Assim, a reunião com o presidente é uma parte do teatro da política, uma mera formalidade para oficializar o convite e — o “sim”.

Neste caso, o vexame ainda foi acrescido de um anúncio público “do novo ministro” feito pelo Palácio do Planalto, que está esperando há doze dias Pedro Lucas se definir.

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