Maria Aragão: a luta incansável pela justiça social

Por : Flávio Braga*

A médica Maria José de Aragão, mais conhecida como Maria Aragão, foi uma das figuras mais emblemáticas da luta comunista no Brasil. Nascida em 10 de fevereiro de 1910, no município de Pindaré-Mirim, dedicou sua vida à defesa dos direitos dos trabalhadores, à justiça social e à luta contra a desigualdade.

Sua trajetória marcou profundamente a história política do Maranhão, consolidando-se como uma referência de resistência, militância e compromisso com as causas populares.

Desde jovem, Maria Aragão demonstrou grande interesse pelo conhecimento e pelas questões sociais. Graduou-se em Medicina, tornando-se uma das primeiras mulheres maranhenses a conquistar esse feito. Seu trabalho na área da saúde não se restringiu apenas ao exercício profissional, mas esteve profundamente ligado à solidariedade humana. Ela atendia a população vulnerável, denunciava a precariedade dos serviços médicos oferecidos aos mais necessitados e organizava movimentos populares, incentivando a participação política das mulheres e dos trabalhadores.

Maria Aragão ingressou no Partido Comunista Brasileiro (PCB), tornando-se uma de suas mais importantes lideranças no Maranhão e no Brasil. Seu compromisso com a luta operária e camponesa fez dela um alvo constante da repressão. Durante os períodos de ditadura no Brasil, especialmente no regime militar instaurado em 1964, foi perseguida, presa e torturada diversas vezes devido às suas ideias libertárias e revolucionárias.

Mesmo diante das dificuldades e da repressão estatal, nunca esmoreceu. Continuou denunciando as injustiças sociais e lutando por um país mais justo e igualitário.

Maria Aragão faleceu em 23 de junho de 1991, aos 81 anos, deixando um legado inestimável de coragem e dedicação à causa comunista e aos direitos humanos. Sua memória segue viva, especialmente em São Luís, onde seu nome é símbolo de resistência. A Praça Maria Aragão, na capital maranhense, foi batizada em sua homenagem, tornando-se um espaço de manifestações populares e eventos culturais.

A jornada de Maria Aragão inspira gerações de ativistas e militantes sociais, lembrando que a luta por um Brasil mais justo e solidário é um compromisso que deve ser mantido vivo. Sua história é uma prova de que a resistência e a esperança são armas poderosas contra a opressão.

*Flávio Braga é Pós-Graduado em Direito Eleitoral, Professor  e Analista Judiciário do TRE/MA.

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