Gil Cutrim sai do PDT e abre temporada de mudanças partidárias importantes para 2022

Gil Cutrim, Roberto Rocha e Pedro Lucas: mudanças partidárias importantes para as eleições de 2022

O deputado federal Gil Cutrim formalizou sua saída das fileiras do PDT, confirmando o que já estava desenhado desde 2019, quando votou várias vezes contrariamente à posição do partido na Câmara Federal, atuando com clara tendência governista. Com a decisão, o PDT do Maranhão perde força na bancada federal, onde só conta agora com o senador e presidente do partido Weverton Rocha, já que com a saída de Gil Cutrim, o PDT fica sem deputado federal. A desfiliação de Gil Cutrim do PDT pode ser anotada como a primeira de uma série de migrações na seara partidária maranhense, envolvendo senadores, deputados federais e deputados estaduais, que precisam normalizar suas vidas partidárias para as eleições do ano que vem. Nessa linha de incertezas quanto ao futuro partidário estão dois casos emblemáticos, o senador Roberto Rocha, que está em total desalinho com o PSDB, e o deputado federal Pedro Lucas Fernandes, que rompeu com o comando partidário nacional.

O então ex-prefeito de São José de Ribamar, que havia rompido com o MDB, juntamente com o irmão, o deputado estadual Glaubert Cutrim, desembarcou no PDT causando surpresa. Primeiro pela escolha partidária de quem havia saído do Grupo Sarney, onde foi politicamente originado. Depois por nada ter com o PDT em matéria de identidade política e ideológica. O advogado Gil Cutrim não tem qualquer traço de esquerda nem de centro-esquerda na sua concepção política e ideológica. Ele é um político de direita, podendo até ser situado, com alguma boa vontade, num espectro de centro-direita, muito distante, portanto, do PDT de Jackson Lago, Neiva Moreira e de Weverton Rocha. Logo, sua desvinculação do que ainda resta do brizolismo no Maranhão não é nenhuma surpresa. Para onde vai? Para a direita, claro.

Em outro patamar, o senador Roberto Rocha segue o mesmo rumo. Saiu das entranhas do sarneysismo, virou manda-chuva do PSDB e rumou para a esquerda até desembarcar no PSB, onde passou uma temporada e por lá se elegeu senador, apoiado pelo PCdoB. No Senado, iniciou uma guinada em sentido contrário, retornando à direita, tendo feito a escala mais prolongada no PSDB, que retomou do vice-governador Carlos Brandão. O senador parece ter encontrado o seu ideal político no bolsonarismo, que representa a direita conservadora e radical. Não se sabe exatamente para onde Roberto Rocha migrará, mas, a julgar pelos movimentos que ele tem feito, se deixar mesmo o PSDB, como está desenhado em traços fortes, a maioria das apostas é no sentido de que ele se filiará à legenda na qual o presidente Jair Bolsonaro vier a se filiar, ou numa bem próxima, para ser candidato a governador, a senador ou a deputado federal.

Uma das lideranças mais ativas da nova geração, o deputado federal Pedro Lucas Fernandes foi atropelado pelo chefe maior do partido, ex-deputado federal e deflagrador do “Mensalão” Roberto Jefferson, por ter votado a favor da prisão do seu colega de Câmara Federal, o golpista Daniel Silveira (PSL-RJ). Foi-lhe tirado o comando do PTB no Maranhão, que estava há décadas sob controle da sua família, e entregue à deputada estadual Mical Damasceno, que concordou integralmente com Roberto Jefferson, sem ter movido uma palha pelo agora ex-presidente. Se não houver uma reviravolta com a destituição do mensaleiro-mor da presidência do PTB, Pedro Lucas Fernandes terá de deixar o partido. O problema é que será difícil para ele encontrar agora um partido para chamar de seu pois seria terrivelmente desgastante ingressar numa legenda como mais um, depois de ter sido chefe incontestável do PTB. Há quem diga que ele assumirá o PSDB, que já foi controlado por seu pai, o ex-deputado federal e atual prefeito de Arame, Pedro Fernandes.

Outras situações de ajustes e sem o tom dramático estão em processo cuidadoso de avaliação. É o caso, por exemplo, da senadora Eliziane Gama, bem acomodada no Cidadania, mas sabendo que logo terá de turbiná-lo ou migrar para uma legenda mais forte, com capilaridade no estado inteiro, sem o que será complicado dar novos passos no plano majoritário.

Essas mudanças devem acontecer até setembro.

Via Repórter Tempo

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *