ACM discute fechamento de comércios por causa das faixas exclusivas no São Francisco

Clientes não procuram mais estabelecimentos comerciais na Avenida Marechal Castelo Branco, em decorrência da dificuldade em estacionar seus veículos

Representantes da Associação Comercial do Maranhão (ACM) e do Ministério Público (MPMA) vão se reunir, ainda sem data definida, para dialogar com a Prefeitura de São Luís, sobre os prejuízos causados aos empresários que atuam na Avenida Marechal Castelo Branco, no São Francisco, em São Luís, em consequência da implantação das faixas exclusivas para ônibus nos dois sentidos da via.

De acordo com os proprietários, os clientes não procuram mais os estabelecimentos comerciais, por causa da dificuldade em estacionar seus veículos. Diversas lojas já foram fechadas e muitos imóveis estão com placas de “Aluga-se”. Veículos acabam estacionados nas calçadas, que se estendem pela avenida, o que atrapalha a passagem para os pedestres e é passível de multa.

“Uma agenda havia sido marcada para um debate entre representantes da Associação Comercial, do Ministério Público e o secretário da Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (SMTT), mas o Canindé Barros não pôde ir, por causa de problemas de saúde. A plenária foi cancelada. Nós, empresários, estamos aguardando o presidente da ACM voltar de uma viagem, para que a data seja remarcada”, explicou Domingos Moreira Martins, proprietário de uma lotérica na Marechal Castelo Branco.

Reclamações 
“Antes, quando os clientes podiam estacionar o veículo aqui na avenida, eu fazia mais negócios. As pessoas se sentiam mais livres de parar e obter informações sobre os serviços que queriam. Agora é complicado, porque as pessoas têm receio em estacionar os veículos em ruas laterais ou mais distantes. A Prefeitura de São Luís tem que rever essa situação”, relatou José Carlos de Jesus, que é proprietário de uma alfaiataria e loja de roupas na Avenida Marechal Castelo Branco.

A cliente de José Carlos, Ivete Carvalho, reclamou pelo fato do seu marido ter de estacionar o carro numa rua distante. “Vim aqui saber se uma peça está pronta, mas até agora não foi concluída. Meu esposo foi estacionar em alguma rua por aí. Vou ter que ir andando até lá, ou ligar pra ele para retornar. Depois dessa faixa, os condutores carros passeios encontram só problemas”, explicou Carvalho.

“Tem gente que tenta alugar o estabelecimento, mas não consegue. Um senhor passou por aqui, pegou os nomes de diversos proprietários e disse que levaria até a Prefeitura, para vê se mudavam essa situação, mas até agora nada foi realizado”,contou José Carlos de Jesus.

Dono de uma borracharia, Geferson Pereira, de 25 anos, também se queixou que as mudanças impostas no trânsito só lhe causaram prejuízos. “Se o motorista estacionar o veículo na calçada, é multado. Não pode estacionar na pista, porque a faixa é só para ônibus. As pessoas não querem ir às ruas transversais,são mais distantes, porque temem a assalto. O que resta é que vão embora, procurar um outro estabelecimento. E nós ficamos sem prestar os nossos serviços”, ressaltou Pereira.

Sobre a questão, O Estado fez contato com a Prefeitura de São Luís, para obter um posicionamento, mas até o fechamento desta página, nenhuma resposta foi enviada.

SAIBA MAIS

As faixas exclusivas para ônibus foram instaladas na capital no ano passado. No último mês de dezembro, a Prefeitura de São Luís alterou as normas para o uso dessas faixas. Com isso, qualquer tipo de veículo pode trafegar pela faixa das 13h59 de sábados até as 5 horas das segundas-feiras. A regra vale também para os feriados.

A partir das 5 horas, a faixa volta a ser exclusiva sendo permitido o tráfego apenas de ônibus, táxi, ambulâncias, viaturas das Polícias Militar e Civil, Corpo de Bombeiros e da SMTT. Os demais veículos podem apenas convergir à direita nos pontos sinalizados.

Quem desrespeitar o funcionamento das faixas azuis comete infração gravíssima, punida multa de R$ 293,47, podendo ainda o motorista ter o seu veículo removido, conforme a SMTT.

Fonte: O Estado do Maranhão

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